Guia completo de Paraty: roteiro prático para curtir a cidade

Quem pensa em viajar para Paraty geralmente já tem em mente as ruas de pedra do centro histórico, as casas coloniais coloridas e a basílica refletida nas poças d’água da maré. Mas Paraty é mais do que cenário de cartão-postal: é história, natureza, cultura e até experiências fora do óbvio que valem cada minuto da viagem.

Aliás, antes de seguir nesse guia, já deixo a dica: confira também nosso conteúdo sobre como é o city tour gratuito pelo centro de Paraty — um jeito imperdível de mergulhar na história de 400 anos da cidade com quem conhece cada pedra e cada lenda.

Melhor época para visitar Paraty

Paraty é daquelas cidades que mudam de humor conforme a estação. No verão (dezembro a março), a cidade bomba de turistas, calor intenso e praias cheias. Em julho, a cidade lota de ponta a ponta com a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, e conseguir hospedagem nessa época é quase missão impossível sem antecedência.

Se quiser clima ameno, sem muvuca, vá no outono (abril a junho) ou na primavera (setembro a novembro). Nós fomos uma semana antes da FLIP e foi perfeito: temperatura agradável, sem calor exagerado, noites frescas e ruas movimentadas sem estresse.

Como se locomover em Paraty

Chegar de carro exige paciência. A estrada Cunha–Paraty é bonita, cheia de atrativos (lavandário, vinícolas, cafés), mas sinuosa e lenta. A Rio-Santos também tem seus trechos estreitos e exige atenção.

No centro da cidade, o ideal é deixar o carro de lado:

• Estacionamento: a zona azul custa R$3/hora, sem limite de tempo, mas o aplicativo oficial “Paraty Rotativo” é ruim de usar. Melhor pagar nos totens, com funcionários ou até por WhatsApp.
• Onde estacionar: antes da ponte é o mais prático. Evite parar perto do cais: quando a maré sobe, há risco de o carro ficar ilhado.
• Rodoviária: fica pertinho do centro histórico, tem lockers e também recebe os ônibus de linha locais. As linhas de ônibus em Paraty são gratuitas e outras a R$5 por viagem.
• A pé: o centro histórico só se sente de verdade caminhando — apesar do calçamento de pedras (o famoso “pé de moleque”) exigir um calçado confortável.

Mas o carro pode ser bem útil para fazer alguns passeios por conta própria como o das cachoeiras e alambiques, assim como também é possível fazer o de Trindade.

Onde comer em Paraty

Paraty é também um Patrimônio da Gastronomia Criativa, e vale provar de tudo: da alta cozinha aos quitutes de rua.

• No Centro Histórico:
  • Rua do Rosário: experiências gastronômicas criativas.
  • Ruas laterais da igreja: comidinhas gostosas e tradicionais.
• No bairro Jabaquara: restaurantes mais locais. Destaque para o Restaurante do Ademar, com o melhor porco ao molho de maracujá e empadão de frango da vida.
• Pontal:
  • Restaurante Marina: pé na areia com vista da praia.
  • Pastelonni: pastéis gigantes de 30 cm (favoritos pizza, frango com catupiry, banana com doce de leite).
  • Pizzaria e esfiheria, e até forró à noite na beira da praia.
• Doces de Paraty: são patrimônio cultural da cidade. Vale experimentar o brigadeiro, o bolo de macaxeira com coco e as variações vendidas nas ruas — todos no mesmo preço, mas cada um com seu detalhe especial.
• Para economizar: compre no Rede Market, mais barato que a rede Carlão, ótimo para quem cozinha na própria hospedagem.

E não vá embora sem provar o drink Jorge Amado, feito com a cachaça Gabriela local — mas se você perder fica para a próxima visita (como foi o nosso caso).

O que fazer em Paraty?

Aqui vai um roteiro base dos principais passeios em Paraty Brasil. Cada atração terá um conteúdo só dela, mas este resumo ajuda a organizar sua viagem.

Free Tour pelo Centro Histórico

Reserve pelo menos uma manhã para o centro histórico. As ruas de pedra contam histórias de porto de escravos, ciclo do ouro, da cana e do café. O passeio guiado explica curiosidades como o alagamento das ruas (a “Veneza brasileira”), a origem do calçamento chamado “pé de moleque” e as marcas da arquitetura colonial.

Nós fizemos com a guia Luana, super atenciosa, e valeu muito. Mesmo sendo um freetour resolvemos pagar R$100 para três pessoas pela atenção e solicitude da guia, que tirou todas as dúvidas e falou muitas curiosidades da cidade, mas ela deixa em aberto para que as pessoas paguem o que acham justo.

Passeio de Escuna pelas Ilhas

O passeio de escuna é um clássico de Paraty, o passeio dura o dia inteiro (09h30 às 16h00) e para em quatro lugares paradisíacos: Ilha dos Cocos, Ilha da Cotia, Praia da Conceição e Ilha da Pescaria.

O barco oferece caiaque, stand up paddle, coletes e até tapetes de flutuação. Dá para almoçar a bordo (porções a partir de R$50), mas prepare o bolso: o preço lembra aeroporto. Dica: leve alguns petiscos e água se não quiser ter que pagar tão caro.

Jeep Tour pelas Cachoeiras

O Jeep Tour é perfeito para quem gosta de aventura em meio à natureza. O roteiro passa pela Cachoeira Pedra Branca, pelo Poço da Usina e inclui parada em alambiques artesanais como o Engenho D’Ouro, com direito a degustação de cachaças e licores (14 tipos!).

Além das quedas d’água geladas, o passeio é cheio de curiosidades sobre a fauna e flora da Serra da Bocaina. Não perca a Cachoeira do Tobogã, onde os guias ensinam a descer escorregando pelas pedras.

Passeio a Trindade

A 40 minutos do centro, Trindade é um mini-paraíso dentro do Parque Nacional da Bocaina. O passeio organizado leva às praias do Cepilho (para contemplação), do Meio e do Caixa d’Aço. Daqui, uma trilha de 30 minutos leva até as piscinas naturais, ou, se preferir, dá para pegar um bote por R$25 por pessoa.

Trindade também tem vida noturna animada, principalmente na Praia dos Ranchos. Para almoço, o Restaurante Vagalume do Meio é parada certeira: peixe fresco bem temperado que serve até três pessoas.

Festas e eventos em Paraty

Flip – Festa Literária Internacional de Paraty

Acontece todo mês de julho e transforma a cidade no maior ponto de encontro da literatura brasileira. A Flip não é só para quem ama livros: as ruas do centro histórico ganham debates, shows, exposições e um clima cultural efervescente. Há ingressos pagos para assistir aos palestrantes de perto, mas também telões com transmissão gratuita das conversas principais. Hotéis e pousadas ficam lotados, então é essencial reservar com antecedência.

Festa da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty

No terceiro fim de semana de agosto, Paraty celebra um de seus produtos mais tradicionais: a cachaça artesanal. O evento reúne degustações nos alambiques, barracas de comidas típicas, shows musicais e oficinas culturais. É uma ótima oportunidade de conhecer a produção local e experimentar licores e bebidas feitas com frutas da região. A atmosfera é alegre, com mistura de turistas e moradores.

Festas religiosas

Paraty mantém vivas suas raízes religiosas com uma série de festas ao longo do ano, cada uma ligada a uma das igrejas do centro histórico. Há procissões, missas especiais, apresentações de corais e até celebrações com música e dança popular. Entre as mais conhecidas estão a Festa do Divino Espírito Santo e as festas de padroeiros como Nossa Senhora dos Remédios. Participar de uma delas é ver de perto como a religiosidade ainda marca a vida cotidiana da cidade.

Outras celebrações culturais

Paraty também abriga eventos que mostram a diversidade cultural da região, como as festas indígenas e quilombolas que ganham espaço em feiras de artesanato, música e gastronomia. Além disso, no prédio da antiga cadeia pública funciona um centro de exposições de arte e cultura, que costuma ter programações especiais em datas comemorativas. Vale sempre checar o calendário cultural antes da sua viagem — pode ser que você encontre a cidade ainda mais vibrante.

Onde se Hospedar em Paraty?

O charme de Paraty está em poder escolher a “vibe” da sua hospedagem:

• Centro Histórico: perfeito para quem quer estar no coração da cidade, mas prepare-se para pagar mais caro e ouvir o burburinho das ruas até tarde.
• Pontal: do outro lado da ponte, mais sossegado, mas ainda perto do centro e da praia.
• Jabaquara: bairro de praia com ar mais residencial, boas opções econômicas e restaurantes onde os locais realmente comem.

Dicas de ruas com muitas pousadas: Octaviano Gama, José Vieira Ramos e Guarapuvu — todas antes da ponte, numa área prática e com boa oferta de hospedagem.

Na minha experiência em Paraty, escolher onde se hospedar faz toda a diferença na viagem. Pousadas que fiquem próximas ao centro histórico, porque assim dá para explorar as ruas de pedra, os cafés e a vida cultural a pé, sem se preocupar com deslocamentos longos.

Para quem viaja de carro, recomendo dar atenção às opções que oferecem estacionamento gratuito, já que a cidade pode ficar bem movimentada em épocas de alta temporada. E, claro, detalhes como um café da manhã variado, áreas de lazer aconchegantes e quartos bem cuidados tornam a experiência ainda mais agradável.

Aqui vão algumas opções de lugares:

1. Casa Nostra Boutique Hotel

• Nota: 9,5 – Excepcional (56 avaliações)
• O que os hóspedes elogiam: muitos mencionam o atendimento personalizado, o cuidado com os detalhes, bolos e chás da tarde feitos pelos anfitriões — “cada dia um bolo diferente” — e uma equipe atenciosa que garante uma experiência acolhedora.
• Atrações próximas: localizado a poucos passos do charmoso Centro Histórico de Paraty, com seu casario colonial e ruas estreitas de pedra.

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2. Villas De Paraty

• Nota: 8,8 – Fabuloso (1015 avaliações)
• O que os hóspedes elogiam: destacam sua infraestrutura completa — duas piscinas (uma coberta e outra ao ar livre), restaurante no local, academia, sauna, e ótima estrutura para famílias com entretenimento infantil.
• Atrações próximas: a propriedade é extensa e oferece atividades no próprio local.
• Estacionamento: gratuito e privativo, sem necessidade de reserva.

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3. Santa Clara Hotel

• Nota: Cerca de 8,6 – Fabuloso (188 avaliações)
• O que os hóspedes elogiam: muitos ressaltam a vista espetacular tanto do quarto quanto do café da manhã com vista para o mar, além da piscina bonita, decoração elegante e ambiente tranquilo, especialmente adequado para famílias com bebês.

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4. Paraty Bungalows Bar & Hotel

• Nota: 8,8 – Fabuloso (551 avaliações)
• O que os hóspedes elogiam: chalés espaçosos, excelente café da manhã, piscina ampla, chuveiro com ótima pressão e atenção da equipe. Quartos amplos e uma grande piscina.

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5. Casa PARATi (Casa de temporada)

• Nota: 9,2 – Fantástico (6 avaliações)
• O que os hóspedes elogiam: casa impecável, limpa, confortável e anfitrião muito educado e disponível
• Estacionamento: gratuito e privativo no local

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Dicas finais

• As melhores fotos no espelho d’água são perto da Igreja de Santa Rita, onde a maré alaga as ruas.
• Calçado confortável é obrigatório no centro histórico: as pedras são irregulares e cansam rápido.
• Combine passeios de barco em dias ensolarados, e cachoeiras em dias nublados.
• Se quiser conhecer a Paraty raiz, vá além do centro turístico: feiras locais, mercados e até os quilombolas e indígenas que vendem artesanato na Rua do Comércio.

Vale a pena visitar Paraty Brasil?

Vale, e muito. Seja para explorar o centro histórico, fazer passeios em Paraty por mar e montanha, ou simplesmente se perder nas ruas alagadas pela maré, Paraty entrega história, brasilidade e natureza em uma mesma viagem.

Roteiro de 2 dias em Paraty

Ideal para quem vai num fim de semana e quer equilibrar história, mar e natureza.

Dia 1 – Centro Histórico + História de Paraty

• Comece cedo com o free tour pelo centro histórico de Paraty. Caminhar pelas ruas de pedra já é um mergulho no tempo, mas com guia a experiência fica muito mais rica.
• Almoço no Restaurante do Ademar (Jabaquara) ou nas ruas atrás da igreja matriz, onde os preços são mais honestos.
• À tarde, visite o Museu de Arte Sacra e aproveite o pôr do sol perto da Igreja de Santa Rita, onde a maré alta cria o famoso espelho d’água.
• À noite, jantar no Pastelonni (pastéis de 30 cm, ideais para dividir) ou na Rua do Rosário, que tem restaurantes mais criativos.

Dia 2 – Passeio de Escuna pelas Ilhas

• Reserve o dia inteiro para um passeio de escuna. Saída às 09h30, retorno por volta das 16h00. As paradas incluem Ilha dos Cocos, Ilha da Cotia, Praia da Conceição e Ilha da Pescaria.
• Leve água e petiscos para não depender só do cardápio do barco, que é caro.
• Volte e feche a noite com um drink Jorge Amado, feito com a cachaça Gabriela típica de Paraty.

Roteiro de 3 dias em Paraty

Com mais um dia, dá para encaixar cachoeiras, alambiques e até a charmosa vila de Trindade.

Dia 1 – Centro Histórico + Cultura

• Manhã no free tour (ou faça por conta própria, mas não deixe de ver a Câmara Municipal, a Rua do Comércio e a Igreja do Rosário).
• Explore lojinhas de artesanato quilombola e indígena.
• Termine a tarde na Praia do Pontal, ótima para relaxar e jantar com vista do mar.

Dia 2 – Natureza e Cachaça

• Passe o dia em um Jeep Tour pelas cachoeiras (Pedra Branca, Poço da Usina e Cachoeira do Tobogã).
• No caminho, visite um alambique artesanal como o Engenho D’Ouro ou a Cachaça Paratiana, com degustação de 14 tipos de cachaça e licores.
• Almoço caipira no Engenho D’Ouro (famoso pela galinha caipira).
• Feche o dia com um pôr do sol no Forte Defensor Perpétuo, que tem vista incrível do mar e da Praia do Pontal.

Dia 3 – Trindade

• Saída cedo com para Trindade (40 minutos até a vila).
• Praia do Cepilho para contemplação, Praia do Meio para banho, trilha até a Praia do Caixa d’Aço e depois até as Piscinas Naturais (ou bote por R$25 se não quiser caminhar).
• Almoço no Restaurante Vagalume do Meio, que serve peixes frescos super bem preparados.
• Retorno no fim da tarde, e se ainda sobrar energia, aproveite a vida noturna na Praia dos Ranchos.

Dicas rápidas para organizar o roteiro

• Combine o passeio de escuna e o Trindade em dias ensolarados.
• Deixe o centro histórico para o dia nublado — rende fotos lindas com céu fechado.
• Reserve pelo menos uma noite para provar a gastronomia criativa de Paraty.
• Não esqueça: tênis confortável é mais importante que roupa bonita no centro histórico (mas é possível combinar os dois).