Antes de cair na estrada, já deixo um convite importante: se você ainda está montando seu roteiro pela capital, recomendo dar uma olhada no nosso Roteiro em Curitiba. Assim você consegue organizar os dias com inteligência, intercalando passeios urbanos com esse bate e volta incrível para o litoral histórico do Paraná.
O caminho já é parte da experiência
Viajar de carro até Morretes e Antonina é daqueles passeios que entregam desde o trajeto. A Estrada da Graciosa é um dos pontos altos do caminho: curvas cercadas de Mata Atlântica, bancas de pastel com caldo de cana e mirantes que, em dias de céu limpo, revelam vistas de cartão-postal. Se tiver azar com o tempo fechado (como aconteceu comigo, com serração intensa), não se preocupe: a estrada continua valendo a viagem.

No meio do percurso, um desvio bacana é a Vinícola Família Fardo, em Quatro Barras. Lá tem loja de vinhos e produtos coloniais, além de um museu da família e uma capelinha construída dentro de um antigo tonel – cenário perfeito para fotos e um momento de pausa. Só não espere degustação gratuita: para experimentar os vinhos é preciso pagar, o que acaba deixando a visita mais rápida. Ainda assim, a parada é simpática e pode surpreender.
Morretes: tradição, rio e barreado
Chegar a Morretes é se sentir dentro de um cartão ilustrado. O casario histórico, o rio Nhundiaquara cortando a cidade e as mesas dos restaurantes na beira d’água criam o clima bem interiorano e convidativo para experimentar o prato mais famoso da região: o barreado.
A Rua XV de Novembro concentra os restaurantes mais tradicionais e é também o coração da cidade. Caminhar por ali é fácil e gostoso, com lojinhas e uma atmosfera tranquila. Quem chega de trem ou van desembarca bem pertinho, reforçando a vocação da cidade para passeios a pé. Já nas ruas atrás da igreja, há mais restaurantes escondidinhos, ideais para quem gosta de fugir do óbvio.

A maioria dos restaurantes ali tem um serviço a la carte, justamente por terem como carro chefe o barreado, mas também é possível encontrar algumas opções com buffet livre e que também servem o prato típico. É claro não tem a mesma graça ou show em que os locais fazem nos restaurantes mais badalados, onde eles literalmente viram o prato de comida na sua cabeça, mas é uma forma econômica de experimentar o prato.

Encontramos o Vitão Pub Beer, um dos poucos restaurantes buffet livre aberto, que tinha uma comida honesta e com boas opções, incluindo o barreado que você mesmo montava na hora. Pagamos por pessoa R$37,50 com a sobremesa inclusa.
Outro achado divertido foi uma barraquinha no centro da cidade, cheia de doces e iguarias locais. Daquelas que fazem você se arrepender de ter exagerado na sobremesa do almoço, porque dá vontade de provar tudo (sim, alguns doces tem provinha de graça). Mas, a minha dica é se você ainda vai para Antonina não gaste todo o seu dinheiro aqui, pois lá existem várias lojas com doces locais que tem valores mais em conta.
Antonina: terra da bala de banana

De Morretes a Antonina são apenas 20 minutos de carro. Pequena e acolhedora, a cidade se orgulha de sua especialidade: a bala de banana. Na Avenida Tiago Peixoto, várias lojinhas oferecem diferentes versões do doce, sempre com direito a provar antes. Resultado? Difícil sair de lá sem uma sacola cheia.
Inclusive recomendo a visita na Bala de Banana Bananina onde fomos muito bem recebido, haviam várias provinhas, uma experiência maravilhosa, que vale a pena a viagem até a cidade para conhecer.

Além da gula, Antonina tem um centro histórico charmoso, com praças tranquilas e aquela sensação de tempo desacelerado. A hospitalidade dos moradores é um atrativo por si só – impossível não se sentir bem-vindo.
E quando bateu aquele soninho depois do almoço e da quantidade de doces que consumimos fomos até um café local, daqueles bem simples, mas que fazem o café na hora. Wolve Café Antonina, ele fica em uma portinha, mas que serve um café passado na hora que surpreende, a bebida foi preparada pelo dono uma pessoa muito simpática e receptiva, notavelmente apaixonado por café, ainda ganhei de brinde um cookie que estava delicioso e caiu perfeito com a bebida. Três cafés saíram R$21.

Dicas práticas para o passeio por Morretes e Antonina
- Distância: Curitiba a Morretes são cerca de 70 km, mais 15 km até Antonina.
- Estradas: BR-277 é mais rápida, mas a Estrada da Graciosa é a experiência mais bonita (vale usar na ida), porém fique atento a estrada é bem sinuosa e em alguns pontos acontecem cerração.
- Perfil do viajante: ideal para quem viaja de carro, busca opções econômicas e curte natureza, cultura e comida típica.
- Paradas: pastel e caldo de cana na estrada, barreado em Morretes e bala de banana em Antonina são paradas obrigatórias.
- Tempo: dá para fazer em um bate-volta, se não quiser fazer de carro recomendo também o passeio de trem que acontece em alguns dias da semana.
Por que esse passeio vale a viagem
Um passeio por Morretes e Antonina saindo de Curitiba de carro é daqueles roteiros que combinam tudo o que a gente gosta numa viagem: estrada charmosa, cidades históricas, sabores típicos e contato com a natureza. É o tipo de programa que cabe no bolso e deixa lembranças marcantes, seja pelos pratos típicos ou pelas balinhas de banana.
E se a ideia é esticar a viagem pelo interior do Paraná, minha dica é seguir para Ponta Grossa, que tem cachoeiras, natureza preservada e preços camaradas. Para organizar sua visita, recomendo conferir o guia completo de Ponta Grossa com preços e dicas.
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